A música sempre me emociona. Quer ver? É só tocar a faixa ORIGINAL de “Tour de France”, do Kraftwerk. Eu tive esse EP em minhas mãos nos anos 80, junto com toda uma coleção em vinil que eu tinha deles. Metade eu ainda tenho comigo e a outra metade, sumiu, desapareceu, escafedeu-se!
Sim! Foi o segundo disco dos alemãezinhos que eu comprei, em 1985 eu acho. O primeiro foi o Computer World, de 1981, que sumiu junto. 🙁
A minha relação com o EP Tour De France era de paixão e glória. Paixão, porque o carinho que eu tenho com essa banda é gigantesco. Foi com eles que eu tive meu primeiro contato com a música eletrônica de fato. Eu nem imaginava o tamanho da importância que o Kraftwerk tinha naquela época e o que veio ser para mim, depois de alguns anos.
A relação de glória, é que depois que eu dei falta desse disco, que eu fui perceber o tamanho da joia que eu tinha em minhas mãos.
Naquela época, no começo dos anos 80, o break dance estava em alta e essa faixa do Kraftwerk era uma tentativa dos alemães se aproximarem da música eletrônica popular e por consequência tocando alto nos toca-fitas dos b-boys. Eles voltaram a seguir essa bula mais pra frente em álbuns como o Techno Pop, de 1986 e o The Mix, de 1991, que veio com várias remixagens das músicas mais conhecidas, como Computer Love, Pocket Calculator e a infindável Autobahn. Essa aproximação com o break foi tão importante, que acabou fazendo parte de um filme da época chamado “Breakin”.
A faixa está cheia de samplers e sons de correntes de bicicleta e de pedais, que se você fechar os olhos e botar a imaginação pra funcionar, rapidinho você vai achar que está em cima de uma bicicleta, pedalando pelas ruas e estradas da França..
Na capa, você pode ver quatro ciclistas pedalando na faixa branca de uma estilizada bandeira da França. Chega mais pertinho dos ciclistas! Percebeu? São eles, os 4 integrantes do Kraftwerk. Show de bola, né?