Acho que uma das piores coisas que existem no mundo da música, mais especificamente nos álbuns e CD’s, é quando você se acostuma com o que você está ouvindo e aí você dá uma olhada nas faixas restantes e você está na última. PQParille! A impressão que me dá é que o álbum nem começou e aí fico com aquela sentimento de: “Mas já acabou?”.
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Essa é a sensação que eu tenho ao ouvir o Tool, mais especificamente o “Lateralus”, de 2001. Eu tava aqui trabalhando (sim, eu trabalho por hobby! quem nunca?) e resolvi ouvir esta pepita e ao dar uma olhada no setlist do disco, vi que eu já estava na última faixa.
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O “Lateralus” é tão bom, tão bom, que o tempo passou muito rápido! Mas muito rápido mesmo! E olha que o tempo total desse míssil é de quase 1:20hs. Enquanto escrevo essas linhas, estou ouvindo pela terceira vez. Não sei se vou me cansar tão cedo.
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Não vou falar o que eu achei de cada uma das faixas porque está cheio de ressenhas espalhadas por aí. Numa rápida pesquisa você vai chegar em várias opiniões.
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Mas uma coisa é unânime no “Lateralus”: todos concordam que o disco é um divisor de águas. Esse disco marca a entrada da banda no prog-metal e na experimentação, sem deixar as raízes do heavy metal e do hard rock de lado, marcado nos primeiros álbuns. Se bem que o primeiro, o “Undertow”, de 1993, tem uma pegada mais pro grunge e pro nu metal, enquanto o segundo, “Ænima”, de 1996, tem uma tonalidade exageradamente obscura, já flertando e muito com o experimentação e prog-metal. Enfim…
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Não sei se eu vou ser justo, mas o baixo neste disco está bastante acentuado, ou é o meu grave que tá pertinho do talo. Justin, o baixista, tem um holofote grudado nele em quase todas as faixas de “Lateralus”, meio que inconscientemente deixando o restante da banda lá na cozinha.
Outras duas coisas que me chamam bastante a atenção, são a guitarra e a bateria. Danny Carey, o baterista, faz questão de não ficar na mesmice e sendo assim, as faixas ganham um peso mais elaborado e dando um tom tribal, como em “The Grudge”, a primeira faixa e “Ticks & Leeches”, a oitava.
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A guitarra é um caso a parte! Adam Jones cria riffs majestosos, com um timbre bastante característico, quase que criando uma identidade única. Aliás, “The Grudge”, é o tipo da faixa que eu ficaria ouvindo por horas repetidamente, só para aguardar o final, digamos apoteótico.
Tá a fim de ficar meio fora do ar? Então preste atenção na trinca “Disposition”, “Reflection” e “Triad” nesta sequência mesmo. Caramba! A pancadaria é garantida!
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É muito difícil, para mim, que sou resistente para determinadas bandas, por nunca ter ouvido antes e depois de ouvir, praticamente ficar de joelhos reverenciando sua majestade. Isso aconteceu com o Tool! Sempre ouvi falar a respeito da banda, mas nunca ouvi com tanta atenção assim! E não me envergonho nem um pouco disso!
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Nesse tempo todo que ainda tenho pela frente, eu posso, com toda segurança do mundo, dizer: “Tool!? Já ouvi falar mas nunca ouvi!” e então engaveto o CD, o vinil, ou deixo a playlist de lado!
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Sei que tem uma rapaziada bem mais nova do que eu, que seria capaz de me citar, todas as faixas de todos os discos, na ordem certa, qual guitarra foi tocada em qual pedal, e qual foi a pele usada na bateria de qualquer banda que você pergunte. Admiro e muito quem é assim! Mas para mim, o momento certo de ouvir essa ou aquela banda ainda vai chegar. E com o Tool chegou por agora! Meio atrasado, mas chegou!
Recomendo, para quem nunca ouviu, que não perca o tempo que eu perdi! Vai em frente! Você vai gostar! Garantido! Discaço!
Gosta de curiosidade?
Antes do Lançamento de “Lateratus”, a banda espalhou uma fake news, dizendo que ia lançar um álbum, o que é verdade, mas eles divulgaram um outro nome para o disco e com um setlist totalmente diferente do verdadeiro. Além dos fãs, quem caiu na pegadinha da banda, foi uma rede americana de TV, que lançou a seguinte nota: “Tool, está nos estágios finais de seu novo álbum e revelaram o título: Systema Encéphale. De acordo com o site da banda, o sucessor de Ænima incluirá as faixas ‘Malfeasance,’ ‘U.V.R.,’ ‘Numbereft,’ ‘Encephatalis,’ ‘Mummery,’ ‘Coeliacus,’ ‘Pain Canal,’ ‘Lactation,’ ‘Smyrma,’ and ‘Riverchrist.'”. Parece que eles nem são tão sérios assim, como falam a respeito da banda.