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Chicago II – Um disco, Várias Supresas

Chicago II | Discoteca Básica

Chicago II | Discoteca BásicaPercebi em alguns posts atrás que o povo que tá aqui no dB curte um rock progressivo. Também, pudera! Pink Floyd e Steven Wilson aparecem com uma certa frequência por aqui.

Eu não vou falar de Steven Wilson ou do rock progressivo especificamente, mas sim, de um disco que Steven remixou: Chicago II. E qual a importância desse disco? Por que Steven, que é estriquinado, que não para quieto na cadeira, que tem trabalhos solos, excelentes discos com Blackfield e Porcupine Tree, pegaria uma banda como o Chicago e faria um remix?

Este disco, como diz o “II”, é o segundo disco da banda, e o primeiro a usar a famosa logo que seria usada em tantos outros álbuns. O primeiro disco leva o nome original da banda Chicago Transit Authority, que foi obrigada a mudar o nome, só porque o departamento de trânsito de Chicago, não permitiu que esse nome fosse usado.

Chicago II, alcançou logo de cara o 4º lugar no ranking da Billboard 200, nos Estados Unidos e em 6º lugar na Inglaterra, pegando muita gente de surpresa. Ná época, no comecinho dos anos 70, o Chicago estava com uma sonoridade completamente diferente daquela pela qual a grande maioria conhece, com baladas meteóricas e a música romântica tomando lugar nas paradas de sucesso e brigando com os trabalhos solos de Peter Cetera. Sim! Peter Cetera, de “Glory of Love”, aquela musiquinha chiclete com uma introdução mais chiclete ainda, do filme Karatê Kid II.

A banda Chicago fazia uma mistura bastante agradável, colocando neste disco nuances de jazz, rock e uma flertada de leve com o rock progressivo. Ouça a sequência “So Much to Say, So Much to Give”, “Anxiety’s Moment” e “West Virginia Fantasies” pra você entender o que eu estou falando e sentir essa salada toda.

Chicago, a banda | Discoteca BásicaMas sem dúvida, uma das faixas que acabou virando um dos singles lançados pela banda, foi a a faixa “25 or 6 to 4”. Chegou a ser nº 4, na Billboard Hot 100, nos Estados Unidos e nº 7, na UK Singles Chart, da Inglaterra. Um riff marcante na introdução da música, a inconfundível voz de Peter Cetera e a batida rock, misturados com o setor de metais, que dá o tom swingado da faixa, talvez tenham pavimentado o caminho da banda para chegar nas alturas das paradas. Terry Kath faz um solo de guitarra bem simples, mas marcante, usando um wah-wah para trazer um pouquinho, mas só um pouquinho, de psicodelia.

As faixas da música “It Better End Soon”, uma suíte em quatro movimentos, explora e critica a guerra que estava acontecendo no Vietnã e que entrava no seu 15º ano. Em um trecho da letra a banda, implora: “Não aguento mais! As pessoas se odiando, machucando seus irmãos. Eles não entendem! Eles não conseguem entender! É melhor acabar logo, meu amigo. É melhor terminar logo, meu amigo.” São palavras de protesto contra a guerra, mas ao mesmo tempo é uma sequência deliciosa de se ouvir. Preste atenção na flauta do segundo movimento e a mistura com os metais. Peter Cetera não faz o vocal principal, mas criou uma linha de baixo genial. PQParille! É muito bom ouvir isso! São mais de 10 minutos de pura reflexão.

Chicago II, na versão vinil, é um álbum duplo e na parte interna do álbum, uma frase chama a atenção: “Com este álbum, dedicamos a nós mesmos, nosso futuro e nossas energias ao povo da revolução. E a revolução em todas as suas formas”. A bolacha foi originalmente lançado em 1970, teve uma remasterização em 2002 e ganhou a remixagem do Steven Wilson lançada em 2017.

O álbum recebeu 3 indicações do Grammy Award: Álbum do Ano, Grupo Vocal Contemporâneo e Melhor Capa de Disco, desenhada por John Berg, que fez capas para Barbra Streisend e Bob Dylan, entre outros. John Berg se inspirou na logo da Coca-Cola e hoje a capa faz parte da coleção permanente do Museu de Arte Moderna de Nova York.

Esse é um disco para poucos. Será preciso um pouco de dedicação para ouvir o Chicago II. Eu mesmo sempre subestimei a banda, por conta da fase pop-romântica dos anos 80 em diante, mas sempre ouço os primeiros álbuns das bandas para ver como foi o início de carreira. E o Chicago foi uma grata surpresa! Não, não tenho nenhuma edição física.

Chicago II é um clássico e é recomendadíssimo. Deve estar na discoteca básica de qualquer um que aprecia uma boa música!

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