E o Pearl Jam, depois de 7 anos, lançou o seu novo trabalho. Gigaton. Como nos dias de hoje a gente consegue ouvir o álbum inteiro, antes de colocar a mão no disquinho de fato, já fiz a minha parte. No Spotify, você pode ouví-lo na íntegra com direito a algumas imagens em movimento. Na faixa 1, “Who Ever Said”, a imagem é um tanto… digamos… enfim…
Na faixa 2, “Superblod Wolfmoon”, uma animação, feita em papel em lápis, com Eddie Wedder e seus Blue Caps… Bem legal mesmo! Já as outras faixas, tem basicamente as mesmas imagens. No Youtube, as faixas estão no formato de clipe.
Mas vamos ao que interessa: Na verdade, eu deixei de acompanhar o Pearl Jam, a partir do Vitalogy, que acabei comprando uma edição especial dele. Claro que continuei ouvindo os outros lançamentos, porém me limitava a ouvir as faixas de trabalho e o que tocava nas rádios, sem fazer uma imersao no trabalho completo.
A primeira e a segunda faixa, me fazem lembrar muito a “Do the Evolution”, com aquela guitarra suja e crua, que aliás é uma marca da banda e que me remete aos primórdios da cena grunge de Seattle.
A terceira faixa, que foi o primeiro single, “Dance of The Clairvoyants”, tem uma pegada bem dançante, com um rif no baixo que me lembrou a “Cannonball”, do The Breeders. Ou falei bobagem?
“Quick Escape” é uma porrada na orelha. A bateria de Matt Cameron tá mais pesada do que nunca e com um baixo muitíssimo acentuado, principalmente no final da música. Essa faixa é uma daquelas que no vinil, deveria estar no lado B. Gostei bastante!
Já na quinta faixa, “Alright”, a banda deixa um espaço para o respiro, mas que deixa o peso pro final, bem a cara de seu amigo/irmão e idolatrado Chris Cornell, em “Like Suicide”. Gostei bastante dessa faixa.
“Seven O’Clock” é quase que uma balada de melodia hipnótica e uma letra extremamente pesada, com questionamentos a respeito da vida e o que há por fazer. Taí uma letra que me fez parar para pensar no que tenho feito até agora na minha vida. Pois é! “Muito a ser feito!”.
Depois dessa acalmada, “Never Destination”, faixa de número sete e “Take The Long Way”, a oitava, vêm com aquele tapão na orelha para te acordar, te sacudir e te colocar de novo nos trilhos, tal é o tamanho da porrada.
E então aterrisamos novamente no flerte que a banda tem com o popular. A faixa “Buckle Up” é assim. Talvez para arrebanhar mais fãs em sua já gigantesca legião e tocar mais em rádios.
“Comes Then Goes”, me deu a impressão que foram letra e música que não entrou a tempo no trabalho solo de Eddie Vedder, “Into The Wild”. Aliás, aqui vai uma sugestão: logo após ouvir o “Gigaton”, corre lá e ouça alguns dos trabalhos solos do frontman da banda. Principalmente “Into the Wild”, que é trilha do filme com mesmo nome. Se você não assistiu o filme, te convido a assistí-lo e participar do drama do protagaonista. No final, o carinha… Ops! Sem spoilers!
E assim, chegamos às duas últimas faixas, de “Gigaton”: a belíssima “Retrograde”, com um ar bastante dramático e alertando para os nossos erros e o quanto eles nos ajudam a solucionar problemas, e, fechando o disco, “River Cross”, com a mesma atmosfera de “Into The Wild”, e a preocupação da banda com a ganância do dinheiro, da riqueza e com o futuro que temos pela frente.
Uma coisa é certa, Eddie Vedder, é um cara bastante preocupado com o futuro do planeta e a forma como ele é governado, assim como o dinheiro que é gasto de maneira errada, que faz com que as letras de “Gigaton” toquem nesse assunto constantemente.
Ouça esse disco, mas não ouça apenas pelo prazer de encontrar uma banda que fez músicas legais com solos raivosos e baterias pesadas. Ouça com um ponto de interrogação acima da cabeça, questionando o que nós podemos fazer para resolver tantos e tantos problemas. Transforme estas perguntas em respostas e soluções! Estamos num momento excelente para isso, onde uma planeta está totalmente parado, acertando e errando frente a um problema totalmente novo com gente morrendo e pasme, até agora nenhuma pólvora foi queimada.