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Quando a emoção vem à tona

Quando a emoção vem à tona

Durante a nossa vida, aos poucos vamos colhendo todo o tipo de emoção, sejam elas negativas, como: uma doença, a perda de alguém da família ou de alguém que a gente gosta, uma decepção, o amargo da derrota. Mas também colhemos as positivas: o sabor da vitória, o primeiro beijo, o emprego desejado, o presente inesperado, um aumento de salário, os amigos. É! Os amigos! E é deles que eu queria falar! Tenho alguns poucos amigos e que assim como eu, gostam de música e de tudo que ronda esse planetinha. E eles me trouxeram várias e várias emoções durante pelo menos uns 30 e poucos anos.

Algum tempo atrás, lá pelos anos 80 ou 90, não lembro bem, um camaradaço meu, que infelizmente a vida fez com que a gente fosse cada um para um canto, resolveu montar uma banda. Na época eu estava fazendo as minhas primeiras aulas de bateria e então o Rodrigo, o nome da peça, me chamou para fazer parte da banda que nem tinha nome ainda. Mas tinha um porém, eu morava em apartamento e eu tinha por volta de, sei lá, 19 ou 20 anos, talvez até menos. Vendi uma bicicleta, fiz uns escambos, juntei umas moedinhas e comprei uma bateria. Não era A bateria, mas dava pra tocar uns lances aí. Porém eu não tinha onde deixar. E então o Rodrigo falou para deixar a bateria na garagem da casa dele e finalmente, por conta disso, fiz meu primeiro ensaio em um banda, literalmente, de garagem. Ele na guitarra, a namorada dele nos teclados e um figura no baixo. Aquilo pra mim, foi o auge da minha pequena carreira de alguns poucos anos de banda, até que a gente se separou e pelo menos, como banda, a gente não foi pra frente.

Alguns anos antes, acho que lá por 1984, mais ou menos, eu fui até Curitiba, pois tinha me mudado para SP e fui visitar um velho amigo de guerra. Terciano, o nome do figura. Terciano foi o cara que me apresentou pra algumas coisas meio ruins, quando a gente tinha por volta de 11, 12 anos. Mas ele me apresentava coisas boas também. Apresentou uma coisa que eu nunca mais esqueceria na minha vida! Aliás, duas! Uma foi aquele tecladinho da Casio, o Casio VL-Tone. Vocês lembram dele? e a outra foi o vinilzão do Kraftwerk, o Computer World. PQParille, foi o meu primeiro contato com a música eletrônica. E logo de cara, os alemãozitos. Eu pedi emprestado para eu tocar em casa, e óbvio ele negou. Mas a história é outra. Nessa visita que eu fiz pra ele, ele me levou para um ensaio de uma banda que ele tava começando a tocar e eu vi, pela primeira vez uma bateria na minha frente. Naquela época, eu nem sabia direito quais eram as peças que compunham uma bateria, só sabia que ela fazia o ritmo da música e eu, modéstia a parte, já pelo menos tamborilava as músicas na perna. E um dos caras perguntou: “Ô piá! E você? Toca o quê?” Tremi na base e não sabia o que responder. Que que eu vou falar agora? “Bateria!”. Danou-se! “Então pega as baquetas e toca lá!”. “Eu?!” – “É! toca lá!”. A eternidade da vida, foi o tempo que durou até eu chegar na bateria, com um par de baquetas na mão e suando frio. “Terciano, pega a guitarra lá e faz um acorde!”. Sei não, mas acho que o Terciano sentiu o drama que eu tava e começou a tocar “Cocaine”, do Eric Clapton. Daí eu lembrei que essa era uma música que eu tinha ouvido várias vezes na rádio e pensei: “Fácil!” E comecei a tocar! E sem que eu percebesse, minhas mãos estavam lá tirando um sonzinho da bateria do figura. Claro que foi só aquele tum tcha tum tcha tum tcha!, mas foi e conseguimos levar, até que precisou fazer uma virada e me atrapalhei todo. Naquele dia foi a minha primeira vez que eu tinha tocado uma bateria. E Terciano?! Sei lá! Se perdeu pelo mundo! Soube que depois ele tocou em duas bandas: Beijo AA Força e Machiche Machine, ambas de Curitiba. Mas ele foi o responsável pela proeza de me fazer tocar numa bateria pela primeira vez!

Lé por 1999 ou 2000, eu conheci um figura, que graças à vida, ainda nos falamos, conversamos, ainda que com uma certa distância. Padrinho do meu casamento e uma fonte inesgotável de histórias a respeito da sua banda predileta: KISS. Trabalhamos juntos por um tempo. Aí ele foi pra um canto e eu fui pra outro. Depois ele me chamou para trabalhar num portal de educação e lá a gente se aproximou mais um pouco. Depois de alguns anos, ele saiu fora e mais tarde eu saí e ficamos sem nos falar por um bom tempo. Anos depois ele me chamou para trabalhar novamente com ele. Conversa vai, conversa vem, acerta grana daqui, benefícios dali e finalmente batemos o martelo com ele e os sócios dele. E o que ele me apronta? Ao chegar no primeiro dia de trabalho, Breno, que é o nome do figura, toca nas caixinhas de som do computador a faixa “Final Countdown”, do Europe. Consegue formar a imagem na sua cabeça? Eu chegando na sala e a música tocando? Pois é! Graças ao Breno, um tempo depois ele me ajudou a registar o domínio deste blog e fizemos juntos o embrião. Hoje ele é meu padrinho de casamento e um amigo de bons momentos. Na cerveja, na música e na labuta!

Nesse mesmo portal, eu conheci uma outra figuraça, que era praticamente uma unanimidade entre o povo que trabalhava lá: Ralph. Um descendente de alemão de 3 metros de altura e 4 de largura. Manja o Russel do Gorillaz? Se você colocar uma barba fedorenta na ilustra dele, você vai ter uma ideia de como é o Ralph. Pois bem! Um tempo depois lá por 2012, acho, eu apresentei o Ronca Ronca pra ele. Para quem não conhece o Ronca Ronca, sugiro correr atrás de informação e do tempo perdido! Eu senti uma certa semelhança com um programa de rádio com que o Ralph era envolvido na época chamado RadioCaos. Tá no ar ainda, por várias rádios espalhadas pelo país, sob o comando de Rodrigo Barros, que tocava com o Terciano e Samuel Lago que era um dos sócios do portal (tudo ligado por um fio vermelho). O Ralph roubou uma mulher pra ele e está foragido lá do outro lado da poça, mais precisamente no reino da rainha. Esses dias a gente se trombou pelas internets da vida e num dos stories dele, postou um pedaço de uma bolachinha tocando Elvis. Fui lá e reclamei pra ele, que ele não tinha o direito de fazer aquilo comigo. Que que o puto fez? Pediu meu endereço e mandou a pepita para mim que tá lá! Tá lá num altar e até agora eu não tive a coragem de abrir. Veja a imagem do dito cujo e me diga se você teria coragem de abrir. É uma obra de arte dentro de outra!

Mas o Ralph não parou por aí. Como se não bastasse a proeza, ele, numa rápida atitude nervosa de tirar pica-pau do oco, fez a mesma coisa, mas para um outro grande amigo meu, que eu conheci quando… Essa história eu conto numa outra oportunidade. Esse outro amigo meu, o MauVall, que é o piloto-dono do Ronca Ronca, acabou recebendo algo muito parecido, mas com uma historinha a mais. Ele recebeu um envelope muito parecido, com um pergaminho dentro e outra pepita, dessa vez, um single do Orchestral Manoeuvres in the Dark chamado “Enola Gay”. No pergaminho o Ralph conta a história de como conheceu o roNquinha e pediu para que o MauVall tocasse o single e dedicasse para mim! Juro! Foi um misto de sentimentos, de emoção, que eu acho que fiquei com uma cara de mais bobo ainda, que sou! O MauVall, no programa, atendeu o pedido do Ralph, e dedicou os minutos finais do #379, para ele e óbvio, para mim. Sugiro ir lá e ouvir! E ver também!

Amigos são assim: te enchem de porrada, mas depois te mostram o lado bom da vida! Esse coraçãozito aqui, já não aguenta mais tanta emoção e qualquer dia desses irei partir dessa pra melhor, com um grande sorriso da cara e a satisfação de ter visto/ouvido/sentido mais uma emoção vinda de um desses caras aí!

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